quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Oficina de modelagem


   Apesar dos constantes avanços da ciência e das tecnologias observa-se que o ensino de Ciências permanece ainda, na maioria dos casos, restrito às aulas expositivas com mínima participação dos alunos. A utilização de outras modalidades didáticas tais como: audiovisuais, ferramentas computacionais, práticas no laboratório e na sala de aula, atividades externas, programas de estudo por projetos e discussões, entre outras, quando ocorre, se dá por iniciativas de alguns professores, levadas a diante por enorme esforço pessoal de tais profissionais.
    Dessa forma o trabalho escolar na maioria das vezes, acontece dissociado do cotidiano do aluno e se apresenta ineficiente no objetivo de promover uma educação científica (KRASILCHIK, 2004).
   Os alunos veem o ensino de ciências apresentada em sala, como uma disciplina cheia de nomes, ciclos e tabelas a serem decorados, enfim, uma disciplina “chata”. Assim, a questão que se coloca é: como atrair os alunos ao estudo e como estimular seu interesse e participação? A resposta, claro, não é simples e nem há uma receita pronta. Observamos que para esta questão não pode haver uma fórmula universal, pois cada situação de ensino é única, porém, é necessário buscar soluções, refletir sobre o assunto e trocar experiências.

VIDA DE INSETO: Investigando o entorno da Escola

Este trabalho foi vivenciado por alunos do 7º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal de Umburana em Senhor do Bonfim-BA. A metodologia utilizada foi fundamentada no Ensino de Ciências Baseado em Investigação (ECBI), aonde questões problemas e hipóteses vêm antes da experimentação. A curiosidade dos alunos foi estimulada através de pesquisas bibliográficas sobre os artrópodes. Surgiram muitas indagações, entre elas: Todo artrópode é inseto? Para que serve as antenas? Todos os insetos têm asas? Algumas hipóteses foram anotadas, e no intuito de propor uma melhor compreensão sobre o tema, foram sugeridas saídas de campo para investigação, coleta e registro dos artrópodes encontrados no entorno da escola. Os animais coletados foram observados com lupas e microscópios, e tiveram as suas estruturas anatômicas desenhadas. Após os registros houve um discurso sobre as características mais comuns encontradas nestes animais e a separação dos mesmos por semelhanças morfológicas. A pesquisa visava o estudo dos insetos, e por isso este grupo foi selecionado para um maior aprofundamento. Observou-se não apenas a morfologia, mas também a fisiologia aplicada a cada estrutura corporal. Assim, os alunos levantaram hipóteses, corroboraram e refutaram os resultados chegando a uma conclusão coletiva. Esta atividade envolve os alunos e tende a provocá-los a buscar novas informações, a suprir as necessidades de organização de pensamento, a expor seus conhecimentos e a confrontá-los com argumentos de seus colegas e do professor. Evita criar apenas espectadores ou receptores passivos de informações pré-programadas que serão memorizadas e depois esquecidas, tornando-os articuladores de seus conhecimentos.